Influenciador digital foragido por suspeita de estupro é preso no RS; homem acompanhava operações policiais nas redes sociais
30/10/2024
Leandro dos Santos, conhecido como 'Pirata', foi encontrado em apartamento na Zona Norte de Porto Alegre. Suspeito teria violentado uma mulher durante entrevista de emprego em Gravataí. Defesa de influenciador diz que relação foi consentida. Influenciador Leandro dos Santos, conhecido como 'Pirata'
Reprodução
Foi encontrado, nesta quarta-feira (30), o influenciador digital Leandro dos Santos, conhecido como "Pirata", suspeito de estuprar uma mulher durante uma entrevista de emprego. O homem, de 41 anos, era considerado foragido desde o final de semana, quando o plantão judicial de Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, havia decretado a prisão preventiva do investigado.
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A prisão foi confirmada ao g1 pela delegada Luana Medeiros, da Delegacia da Mulher de Gravataí. De acordo com a Delegacia de Polícia de Capturas, o foragido foi localizado em um apartamento na Av. Baltazar de Oliveira Garcia, na Zona Norte de Porto Alegre.
"Pirata estava neste apartamento desde domingo e foi visto sair poucas vezes para rua. No momento da prisão, Pirata não esboçou qualquer tipo de reação e acatou todas as ordens policiais", diz a Polícia Civil.
Ao g1, o advogado Leudo Costa, que defende o influenciador, disse que "Leandro negou todas as acusações" e "garante que a relação foi consentida".
Leandro tem 150 mil seguidores em uma rede social. No perfil, ele publica vídeos em que acompanha operações policiais e entrevista autoridades do comando da segurança pública no Rio Grande do Sul. O influenciador ministrava cursos de fotografia para policiais no estado, conforme o perfil.
Em fevereiro de 2023, Leandro começou a trabalhar como assessor especial em um cargo comissionado na Secretaria da Segurança Pública (SSP) do RS. O salário bruto do influenciador era de R$ 7,3 mil mensais, conforme o Portal da Transparência. O suspeito foi exonerado em 18 de junho de 2024, antes do suposto crime.
Em nota, a SSP afirmou que Leandro "trabalhou como cinegrafista na assessoria de comunicação e já não faz parte do quadro".
A delegada Luana Medeiros afirmou que "não há qualquer impacto nas investigações pelo fato de o suspeito ter trabalhado na SSP" e que "a investigação foi feita de forma imparcial e respeitando todos os direitos das partes envolvidas".
A Polícia Civil já ouviu a mulher, a esposa do suspeito e o próprio influenciador. A delegada espera ouvir mais duas testemunhas. Não há relatos de eventuais outras vítimas de abuso até agora, segundo a investigação.
O Tribunal de Justiça e o Ministério Público informaram que o caso tramita sob sigilo e não deram detalhes do processo.
Influenciador digital tem prisão decretada por estupro
Relato da suposta vítima
Conforme um documento obtido pela RBS TV, o suspeito teria conhecido a suposta vítima no local de trabalho dela, no dia 22 de outubro. Leandro teria feito uma proposta de emprego para a mulher, que disse ter enviado seu currículo para o investigado.
No dia seguinte, a mulher que fez a denúncia foi até o estúdio do influenciador para a entrevista. O homem teria dito para ela ser policial e chefe de comunicação da polícia.
O suspeito teria insistido para que a mulher tomasse uma bebida com ele. O homem teria colocado uma arma sobre a mesa e beijado a suposta vítima à força. Na sequência, de acordo com o relato dela, o influenciador teria cometido o estupro.
Conforme o depoimento, Leandro teria tocado no corpo da mulher à força e cometido violência sexual contra a suposta vítima.
Conforme o pedido do Ministério Público e a decisão da Justiça, o crime teria sido cometido sem a presença de testemunhas e que, nesse caso, "a palavra da ofendida é prova essencial, tendo a vítima prestado esclarecimentos sobre a conduta, as circunstâncias e o local e data em que ocorreu".
A ordem de prisão preventiva levou em consideração a suspeita de ameaça com arma de fogo e o suposto envio de mensagens para a mulher após o crime, "o que revela a sua periculosidade, consistente em uma conduta ameaçadora e desvinculada de sentimento de culpa, fazendo crer que reúne características pessoais compatíveis com a reiteração de graves delitos".
Leandro dos Santos, conhecido como 'Pirata', suspeito de estupro em Gravataí
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Denuncie violência de gênero
Se a ocorrência estiver em andamento, a vítima de violência ou qualquer pessoa deve ligar para o 190, o número da Brigada Militar.
Se a violência já aconteceu, a vítima deve ir na Delegacia da Mulher ou em qualquer delegacia para fazer o boletim de ocorrência e pedir medidas protetivas (localize uma delegacia aqui). Também é possível registrar uma ocorrência e pedir medida protetiva pela Delegacia Online.
A Central de Atendimento à Mulher funciona 24 horas pelo 180. A Defensoria Pública atende pelo telefone 0800-644-5556 e dá orientações sobre direitos e consulta a advogados.
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